Essas obras fazem parte de uma série de 8 fotografias chamada “Vida em conserva“. A ideia começou a surgir em 2020 a partir de um trabalho em conjunto entre artistas de diversas partes do país e que usavam diferentes meios de prática artística.
Dessa interação semanal virtual surgiu a vontade de levar o diálogo que havia se estabelecido também para a minha arte, utilizando as ilustrações botânicas feitas por alguns artistas. Nasceram assim, as primeiras obras da série: “Diálogo com Cecília”, “Diálogo com Débora” e “Diálogo com Klei”.
O resultado dessas trocas, onde plantas “entram” em vidros das coleções do Museu de Ciências Naturais ou são “aderidas” a eles, nos dá uma pequena ideia do papel da arte, ciência e natureza: ao interagirem, se complementam. A partir desse primeiro resultado resolvi revisitar o trabalho de Ernst Heinrich Philipp August Haeckel, que foi minha inspiração para um projeto executado em 2015 com outros espécimes de diversas coleções do mesmo museu, e expandir a série prestando homenagem novamente a esse grande ilustrador do século 19. Surgiram as 5 obras seguintes, cada uma como se fosse um diálogo travado com cada um dos nomes do artista. Dando, com isso, uma ideia da magnitude e importância desse pesquisador, naturalista, cientista e artista.
Corais em conserva, como em estase, adormecidos, junto com ilustrações de outros animais multicoloridos e também inertes. A vida em conserva, presa no tempo em uma redoma de vidro, como uma metáfora da vida que levamos.