No século XIX os dicionários das flores eram bem populares na corte portuguesa e essa moda também se espalhou no Brasil. A própria rainha Vitória usou uma tiara com delicados botões de flor-de-laranjeira, durante seu casamento, em 1840. Essas flores estavam dando um recado bem claro: “sua pureza equivale à sua doçura”. A flores de laranjeira, já completamente desabrochadas, estavam associadas à castidade. Os vitorianos sistematizarm os códigos das flores aplicados ao amor numa área do conhecimento chamada “floriografia”. A prova da popularidade dessa linguagem das flores é a quantidade de revistas e almanaques publicados sobre o assunto não só na Inglaterra. Os almanaques de flores portugueses, como já mencionado, circulavam também no Brasil.
Além do uso na cerimônia de casamento, as flores eram empregadas em diferentes situações, como a corte (segundo algumas crônicas, de um rapaz interessado numa moça esperavam-se nada menos que seis meses de belos buquês!), o luto (nesse caso as flores do maracujá eram muito utilizadas,ao lado dos cravos), as danças de grupo nos bailes, etc.
Com esse projeto fotográfico, resolvi resgatar um pouco da simbologia dos antigos dicionários de linguagem das flores e criar meu próprio dicionário visual, com significados contemporâneos.
Usei diferentes técnicas para obter as fotos e também utilizei diferentes tratamentos para dar esse “ar vintage” às fotos.